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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Reflexões de Biblioteca

      "Com a cabeça apoiada nas mãos e com uma caneta e uma folha branca em sua frente, ela corre os olhos pela biblioteca. Filosofia, ciências, sociologia, educação, matemática, física, física, física, química, química... Cada prateleira é carregada de livros coloridos, vários repetidos, livros à disposição dela, que sabe que não poderão a ajudar em todas as ocasiões. Se escuta algum ruído lá fora. É de estudantes, empolgados com mais um dia de estudo intenso. Para eles.
      Esperava muito menos de hoje. Depois de chorar ontem à noite, depois de ouvir seus pais dando-lhe conselhos, agora está em paz. Compreende que nem todos são como eles: justos, bondosos, amorosos. Por isso esperava coisas ruins de hoje. Não que isso a atingisse, pois saiu de casa já muito bem acompanhada, com sua mentora espiritual e, por hoje ser uma quinta-feira, com o Arcanjo Rafael. Saiu de casa, no início da tarde, preparada para uma guerra psicológica, e não a encontrou.
      O silêncio vale mesmo ouro, ela pensa. Falou mal de muita gente, mas agora só queria consertar seus erros. Hoje falou com quem devia falar e o que devia falar. As pessoas aceitaram suas desculpas, digo, disseram que aceitaram. Mas ela já não confia em mais ninguém. Ela sabe que, como ela, muitos dizem uma coisa, pensam outra e fazem outra. Mas ela procura se melhorar. O caminho da evolução, que sua mãe tanto lhe ensinara, deve ser o seu próprio caminho. Amar os outros como ama Deus, pois cada um carrega Deus dentro de si.
      Todos erram, ela pensa. Lembra de quantas vezes lhe ofenderam, lembra de quando seus coleguinhas, na 5ª série, riam dela por ser estudiosa. Agora ela que ri. “Eles estavam certos, olha onde estou!”. Lembra de quantas vezes ficava sozinha numa sala cheia de gente, e por isso era chamada de estranha. Sabia que a beleza física nunca a favoreceu. Lembrou de quantas vezes a chamaram de feia, mas no mesmo segundo lembrou de seus namorados e de outros meninos que insistiam dizendo que ela era linda. Lembrou de quantas – infinitas – vezes se decepcionou com as “amigas”. Lembrou-se então desse ano. Quanta decepção! Quanto choro! Mas ela sabe que ela mesma já fez pessoas chorarem, seja na 5ª série, seja nesse ano...
      Todos erram. O grande diferencial é saber reconhecer seus erros e tentar mudar.
      Assim, ela respira fundo, faz o mantra do Cone de Luz Branca e vai até o bar, porque estava louca de fome."

sábado, 21 de maio de 2011

Cuidado Com o Que Falas

           Se pararmos um pouco para pensar, quanta coisa vem perdendo força durante a majestosa linha do tempo? A família que vêm perdendo seus valores e a amizade que está cada vez mais convertida em interesses são exemplos de como certos conceitos estão sendo modificados, como uma onda sonora que perde sua força enquanto alcança maiores distâncias. Mas o que me propus a comentar aqui é em relação às palavras. Sejam escritas ou ditas, já perceberam como não damos a devida importância a elas?
            Geralmente, quando nos referimos a “assassinatos” na língua portuguesa, citamos como exemplo as gírias. Que muitas agridem as regras do nosso querido idioma, isso é sabido, mas não são esses “assassinatos” os quais me refiro. Pior que agredir as normas da linguagem padrão do nosso país é agredir as verdadeiras mensagens que as palavras tentam repassar. Um “eu te amo” hoje em dia é muito, muito fácil de ouvir... Mas isso não significa que quem fala realmente sente aquilo que diz. Quantas vezes falamos “bom dia” automaticamente, por educação, sem realmente desejar bom dia à pessoa a qual cumprimentamos?
         O que nos falta é a consciência de que uma palavra dita tem mais força do que imaginamos. De acordo com a filosofia espírita, cada palavra que sai de nossa boca pode ter a força de um mantra, por exemplo. Com a palavra, podemos emanar amor, tranqüilidade, alegria, como também inveja, ódio, ciúmes, etc., que nada mais são do que energias, positivas ou negativas, que transmitimos aos outros e a nós mesmos. Importante ressaltar que emanamos exatamente a mensagem que a palavra pretende expressar, porém, a intenção com que falamos reforça essa emanação. Quando pronunciamos palavras que representam coisas mundanas, baixas, ofensivas, a energia que sai junto à essas palavras permanece algum tempo rondando nosso corpo espiritual, e quanto maior a quantidade dessas pronúncias, mais baixa fica a vibração do Homem que as emite. Essa baixa vibração acaba por atrair miasmas (energias inferiores), e quanto mais acumulamos essas partículas negativas ao redor de nosso espírito mais conseqüências enfrentaremos, desde mal-estar, dor de cabeça e baixa auto-estima até princípios de depressão devido à obsessão.
            Obviamente, muitos irão contestar essa teoria, afirmando que nunca se sentiram mal por falar algum palavrão ou por falar mal de alguém. O que ocorre é que muitos não percebem esse “mal” porque já estão envoltos por ele. Aos não espíritas, basta acreditar que as palavras podem ter efeitos indesejáveis: Quantas vezes magoamos alguém por algo que dizemos? Quantas vezes falamos mal de alguém que nem conhecemos direito? E por acaso quando fazemos isso não nos sentimos mal, nem que seja antes de dormir? Certamente sim. Quanto menos “besteiras” falamos, parece que nossas palavras se tornam mais preciosas, mais verdadeiras, e quanto mais falamos coisas boas às pessoas que gostamos (e sentindo aquilo que dizemos), mais nos sentimos bem, verdade?
            Percebendo então, por uma justificativa ou outra, o quão importante é aquilo que dizemos, para que ignorar esse fato? Temos que ter em mente, resumidamente, duas coisas a esse respeito: saber falar coisas que nos farão (e aos outros) bem e sentir verdadeiramente aquilo que dizemos. Entretanto, a guerra entre o que é correto e o que é de costume é grande. Cabe a nós insistir em tentar mudar nossos hábitos, seja por nós mesmos ou por aqueles próximos a nós.

Vilões Inocentes

Esse texto escrevi final do ano passado, num trabalho de história, mas quis trazê-lo aqui para compartilhar com vocês esse assunto que muitas vezes passa despercebido. I hope you enjoy.
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De um lado, israelenses, que se consideram injustiçados  por nunca terem tido uma terra própria. De outro, palestinos, que há milhares de anos vivem na sua “terra prometida”. Afinal, a quem pertence a Palestina?

Não tenho dúvidas de que pertence aos palestinos. Imaginemos, então, num dia como outro qualquer, pessoas estranhas invadindo nossas casas, expulsando-nos delas e simplesmente apossando-se de nossas vilas. Nos resignaríamos a viver passando fome e sofrendo violências graças a um povo que repentinamente decidiu que nossa terra seria dele? Certamente não. E é exatamente isso que ocorre nesse conturbado lugar: nativos que tentam a qualquer custo reconquistar um país que por direito é deles.
Outro fator que me leva a pensar dessa forma é a tendência da imprensa mundial de distorcer esses acontecimentos. Acredito que isso se deva ao fato de que boa parte dos líderes da mídia sejam judeus e por isso induzem as pessoas para que opinem em favor de sua etnia. Concomitantemente, documentários como “Palestina: a História de uma Terra” não são levados a um grande público, justamente por apresentar ideal contrário ao desses líderes.
    Dessa forma, fica evidente que os palestinos não recebem a compreensão e consequentemente a ajuda que merecem, e graças a isso, são tidos como vilões dessa história que está longe de acabar e que, infelizmente, ainda trará sofrimentos àqueles que só desejam viver em paz na sua, desde sempre, terra prometida.

sábado, 7 de maio de 2011

Estudo do Veneno

Agora, após umas e outras situações que não vem ao caso relatar aqui, pude compreender o que meus pais há muito já me haviam alertado: O mundo é um mar de rosas, e as pessoas são os espinhos. Mas a ingenuidade por vezes fala mais alto e penso que ninguém será capaz de fazer mal, principalmente sem motivos. Então confio e caio em armadilhas. Mas, como dita o seguinte trecho retirado de um antigo companheiro da família, chamado “Minutos de Sabedoria”, “Coloque Deus, conscientemente, em tudo o que faz, em todos os seus problemas. E verificará que seus sofrimentos se transformarão em experiência e aprendizado”. De fato, devemos agradecer a Deus por todo e qualquer sofrimento que passamos, pois só assim evoluiremos. Sabemos muito bem disso, teoricamente. E é exatamente essa a questão. Às vezes não basta sabermos a teoria, devemos ter consciência disso na prática também.
 Quando tropeçamos e caímos, aprendemos a desviar dos obstáculos parecidos que virão no futuro. Mas isso não significa que não virão obstáculos disfarçados no caminho por onde andamos, e aí é onde a queda dói mais. Mas o que afinal são essas “pedras” que causam tanta dor? Eu. Você. Somos nós, seres humanos. Não me isento de nenhuma culpa porque também por vezes sou um obstáculo. Todos somos. Mas por quê?
Uma das teorias mais aceitas pela psicologia sobre o instinto humano, principal causa que nos leva a ser essas “pedras”, é a de W. McDougall, que afirma que instinto humano é um tipo de mecanismo de comportamento que nos leva à percepção e a determinadas reações emocionais que reagem ao objeto percebido de uma determinada maneira. Embora o instinto humano tenha cada vez mais “diminuído” de acordo com a evolução intelectual do Homem, no caso de perceber algum tipo de ameaça à sua pseudo-superioridade, os humanos são capazes de verdadeiras atrocidades para ferir os companheiros de espécie que os ameaçam. Ter essa capacidade, entretanto, não significa usá-la. Essa atitude depende diretamente dos valores e princípios de cada um. Por isso nem todos os humanos costumam ultrapassar os limites da ética e do bom senso.
Como insisto em unir à ciência o espiritismo, a filosofia Kardecista também justifica tais comportamentos: vivemos num mundo cuja categoria evolutiva é de Provas e Expiações. Com isso, a grande maioria dos espíritos que encarnam nesse Planeta tem um estágio evolutivo intermediário, em outras palavras, viemos para cumprir obrigações que “acertam nossa conta” com a Justiça Divina. O ser humano possui um intelecto já muito avançado, porém ainda somos pouco evoluídos moralmente e por isso esse grande sentimento de competição ainda domina a maioria das pessoas. Querendo, por vezes inconscientemente, se sobressair para poder evoluir e ter vantagens nesse “acerto de contas”, o ser humano, quando percebe que não conseguirá esse destaque facilmente, é capaz de tentar derrubar outros os quais julgam serem superiores a eles. Além daqueles que fazem isso em busca, por incrível que pareça, da evolução moral, ainda há aqueles que usam seu intelecto e agem dessa forma para buscar tão somente aquisições materialistas. Certamente, essa “capacidade” de seguir as ideologias egoístas de Maquiavel não pertence a todos os humanos, mas a grande maioria deles.
       Quem me conhece sabe que não pesquisei sobre esse assunto em vão. O fato de ter cruzado com algumas pessoas me leva às vezes a tentar entender por que agem de determinadas maneiras, nesse caso, por que agem maldosamente sem motivos aparentes. Sei que ninguém é perfeito, tanto que, como já disse, também eu por vezes sou um obstáculo para alguém. Mas há certas coisas que eu, e algumas poucas pessoas, não somos capazes de fazer, seja por nossos valores, seja por nosso grau evolutivo – que nunca sabemos ao certo –, seja por ambos. O caso é que para descobrir o antídoto contra a mordida de uma cobra, necessita-se, primeiro, estudar seu veneno. Espero da próxima vez não me abalar tanto, pois confio em Deus e em mim para que eu possa seguir mais os conselhos das minhas próprias experiências.


Desabafo. – Melhor não ler.

Por que as pessoas são tão más? Por que agem desse jeito? E por que comigo? Será que assim se sentem superiores a mim? Porque elas não são amadas por ninguém exceto Deus, porque a vida delas tá uma droga eu tenho que pagar por isso? Que culpa eu tenho se nem eles mesmo se amam? Que culpa eu tenho se eles choram à noite antes de dormir? Que culpa eu tenho se não sou uma rameira e ignorante? Por que eles não podem ver alguém que sabe ser feliz?
Como alguém pode fazer mal a outra pessoa e se sentir bem por causa disso? Por que tentam me derrubar, e a outras pessoas? Pelo simples fato de chamar a atenção e querer ser engraçado? Mas que sentido há em apontar e piorar os defeitos dos outros? Por que tanta falsidade? Como conseguem ainda olhar nos meus olhos depois de tanta maldade? Que culpa eu tenho se eles não se satisfazem nunca em nenhum sentido? Que culpa eu tenho se as pessoas os enxergam como objetos e a mim não? Que culpa eu tenho de ter uma mãe, um pai e uma irmã vivos, juntos até hoje e que me amam? Que culpa eu tenho de estar com meu futuro planejado e o deles não? Que culpa eu tenho se a lei do retorno existe? Como têm coragem de falar em Deus e pregar tanta “honra” quando na verdade não passam de seres rastejantes por atenção, já que não a tiveram de seus pais?
Entrego a Deus e ao Universo a JUSTIÇA para todos. Que seja feita a vontade Dele.