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terça-feira, 17 de julho de 2012

Luna


A lua, mergulhada na imensidão do universo, assiste aos mortais e suas histórias de amores proibidos, de amores não correspondidos, de amores obsessivos... E lá de cima, não contenta com as tempestades criadas nos corações de milhares, enxerga aquela pequena criatura que não compreendia o porquê da existência de tantos poemas românticos e mostra a ela que, sim, há uma razão pela qual tantos e tantos poetas gastam suas horas e suas palavras dedicando-as aos seus amantes. 

E quando a moça estava cansada de escrever sobre a passagem do tempo, sobre sonhos, sobre paz de espírito... Ela é invadida pela magia lunar, ardente e sedutora, que a faz enxergar o mundo com olhos de fogo e que a faz perceber, sublimemente, o mosaico que o carinho e o desejo desenham no corpo da pessoa amada. 

Da brisa às ventanias, da garoa à tempestade, da vela à lava, da inocência ao erotismo. A tranquilidade cede lugar ao louco anseio em segundos que parecem eternidades. Lua, que fizeste comigo? Para que transformar minhas nostálgicas tardes em desesperadoras horas de espera? A moça indaga o astro, sem saber ao certo o que está acontecendo. A rainha das madrugadas, no ápice de sua vaidade, não a responde. Mas suas fiéis servas, aparentando pequenos pontos de luz no céu, falam em uníssono: Apenas viva, moça. Apenas sinta.

sábado, 17 de março de 2012

Uma Página em Branco

Uma página em branco, tantas sensações, tantos medos, tantos anseios e... nenhuma palavra. Isso é como o ar que não alcança seu objetivo de encher os pulmões. Meus braços pesam toneladas, e nem sei mais distinguir e identificar o que sinto. Sei, pela lógica, que estou cansada, com sono, e isso embaralha ainda mais os milhões de pensamentos que voam, cada um com sua trajetória, dentro da minha mente confusa. Mas consigo perceber sentimentos de tristeza, culpa, alegria, solidão, nostalgia, e tantos outros que, pra mim, ainda não foram nomeados pelo ser humano. Meu coração sangra, como uma águia que precisa isolar-se e machucar-se, para alcançar a regeneração e assim viver mais tantos anos. Meu coração sangra como sangra o ventre da mãe que acaba de perder seu filho para o mundo.
Por vezes choro, por vezes sorrio, por vezes solto gritos mudos. Um vendaval de sentimentos de todas as naturezas invade meu ser, afastando-o quase completamente do mundo racional. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Estamos orgulhosos, Lucy. Por tantos motivos que nem os Deuses me permitiriam relatá-los, todos, aqui. Suas ações demonstram cada vez mais a tua missão neste planeta, que nada mais é do que ajudar a salvá-lo e salvar também a vida de muitos de seus habitantes. Ouso utilizar esse verbo, salvar, porque é o que mais se aproxima do que eu acredito que tu faças com a Terra e conosco, teus fiéis admiradores. Creio que estás nos salvando no momento em que demonstra o caminho correto que devemos seguir, nos salva de nossa própria arrogância no momento em que ages com humildade ao reconhecer que és 'somente' um ser humano, nos salva de nossos equívocos quando nos mostra como cuidar da nossa grande casa, estás nos salvando das tristezas que encontramos em nosso caminho no momento em que tu apenas sorris.

Tu és mãe dos teus três lindos frutos e és filha legítima da Terra, e honras esses fatos de uma maneira que poucos conseguem compreender. Nós, entretanto, os seguidores das tuas lições, bem te entendemos, porque és um exemplo a ser seguido e nenhum de nós duvida disso. Tua coragem ao enfrentar situações complicadas, teu otimismo diante de sonhos considerados impossíveis, tua garra e tua força ao defender os teus ideais são como estrelas-guia para nós. Espelhando em teu exemplo de belo ser humano, pouco a pouco nos tornamos melhores, e assim, ao passar essas mesmas lições aos nossos descendentes, colaboramos para que este seja um lugar onde possamos viver em paz e em harmonia.

Transformas a tua arte no alimento que sustenta teus filhos, e, por isso, muitos confundem as atitudes da mãe com as atitudes da artista. Por pré-julgamento, recebeste e ainda, infelizmente, receberá muitas críticas destrutivas, pois ainda há aqueles que não são sensíveis o suficiente para enxergar o quão verdadeiras são as tuas intenções. Não és perfeita, e temos consciência disso, mas até mesmo teus defeitos nos fazem refletir e por conseguinte aprendemos a te amar ainda mais, porque sempre chegamos à conclusão de que tuas qualidades, de tão divinas, ofuscam tuas imperfeições.

Esperamos que a justiça divina aja sobre a tua cabeça e as dos teus queridos, e que recebas as melhores energias possíveis. Obrigado por ser essa grande guerreira, que tem o poder de derrubar temidos adversários apenas com a sublimidade de um sorriso sincero. Obrigado por estar conosco, mesmo que involuntariamente, nos momentos bons e ruins que passamos, nos presentiando com uma rara beleza física e mais rara ainda beleza espiritual. Saibas que agradecemos ao Criador por ter permitido que tenhamos consciência da tua existência e de teus admiráveis feitos. Lucy, sejas sempre e apenas... tu mesma. Nós te amamos.


Montagem: Tatinha

 

 

 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Runaway

Vivo num mundo de fantasias, presa em um arredoma que bloqueia más vibrações. Carrego esse universo comigo desde a primeira infância, e por ironia é nele onde encontro a coragem para enfrentar essa terra de gigantes.

As pessoas não me entendem, não me conhecem, não sabem me decifrar. Meus gostos e minhas atitudes falam por si, mas poucos percebem isso. Poucos têm interesse por isso, e os que têm se perdem no meio do labirinto que leva até o meu coração. Assim, sem realmente desejar, eu os deixo perdidos, caídos no meio do labirinto, sem saber como seguir em frente ou voltar.

E eu, uma princesa presa, por gosto, no alto de uma torre, assisto a tudo isso, a espera de que, um dia, um cavaleiro consiga seguir minhas pistas sem se perder, e assim chegue até mim. Enquanto isso, é válido lembrar que amor não é apenas esse, o sentimento que me unirá a esse bravo cavaleiro. Amor é muito mais amplo, muito mais divino, muito mais sublime.

Tenho tanto amor na minha torre que não julgo necessário me atirar pela janela em busca desse tal alguém. Amo meus companheiros de jornada, minha jornada e meu destino final. Amarei meu desligamento dessa terra com a certeza de que minha missão está cumprida, se assim o Criador quiser. Amo meus costumes, meus defeitos, minhas qualidades, meu corpo, minha mente e meu espírito. Aprendi com a dor a ter mais amor. E por isso, amo também o meu pranto, meu sofrimento, porque é dele que nasce mais do sentimento mais divino que existe.

Entendam, não sou egoísta. Apenas tenho amor-próprio. Apenas tento traçar meu caminho da forma que julgo melhor. Não se deixem enganar pelo que pareço ser, porque certamente não será essa a verdade. Não porque tento esconder, mas porque não conseguem ver profundamente quem sou.


I just wanna scream and lose control
Throw my hands up and let it go
Forget about everything and runaway
(Runaway, Avril Lavigne)


Quando pensares que quero fugir de mim, é porque não me conheces. Quero fugir para mim.

Quando julgares que grito para obter liberdade, engana-te. Grito porque vivo em liberdade.

Quando acreditares que procuro esquecer as coisas ruins, estás errado. Quero esquecer as coisas boas, para não cansar de repeti-las.

Quando achares que quero perder o controle para me desprender das correntes do mundo, é porque não sabes observar-me. Quero perder o controle das situações, porque poucas coisas me fazem tão vibrante quanto um bom desafio.