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sábado, 9 de julho de 2011

Aquela Velha Discussão...

Sempre me declarei direitista. Nos debates na escola, por exemplo, sempre fui uma das únicas que defendia o capitalismo. Incrível como a maioria dos meus oponentes nesses debates alegavam as mesmas coisas: o capitalismo aumenta o espírito competitivo das pessoas, traz miséria, é injusto, e outros tantos argumentos prontos. E eu, sempre muito paciente, rebatia: o socialismo limita a capacidade de pensar, tira nossa liberdade, traz miséria também, basta vermos a situação precária dos habitantes do país que mais se aproxima desse sistema, a Coréia do Norte... Esses debates acabaram mecanizados e de tanta repetição a minha opinião já era automaticamente contra toda e qualquer crítica ao capitalismo.
Mas, como nossa personalidade e por conseqüência nossas visões estão sempre em constante mudança, ultimamente tenho reparado situações que encontro e julgo intrigantes, seja uma briga de passarinhos, seja um mendigo passando frio na calçada, seja uma corrida de carros na avenida... De tanto analisá-las e relacioná-las com nosso atual sistema político, acabei modificando minha visão a respeito desse assunto. Em partes.
Agora concordo: o capitalismo quase nos obriga a consumir cada vez mais, a procurar sempre usar coisas modernas, a dar uma importância desnecessária a roupas, calçados, gostos, comidas, cores, aromas... Quase nos obriga a esquecer a nossa essência e a nossa personalidade, misturando-as com as de pessoas bem sucedidas financeiramente. Digo “quase nos obriga” porque por mais indutor que seja o capitalismo ele nunca nos obrigará a fazer determinadas coisas e a pensar de determinada maneira. Ele nos permite a liberdade, por mais debilitada que ela seja; nos permite o poder da palavra; me permite escrever e publicar este texto. Por isso ainda insisto em dizer que sou contrária ao Socialismo, pois, por mais que nele não exista essa indução ao consumismo e à superficialidade, não nos permite expressar livremente aquilo que pensamos. Temos então que escolher entre a indução quase forçada e a proibição declarada inclusive por lei, e eu prefiro a indução. Além disso, como diz um conceituado professor do Curso de História da UFSM, “a pior das democracias é sempre melhor que a melhor das ditaduras”, e, como todos já devem saber, para a implantação do modelo político Socialista é obrigatório o uso de algum tipo de Ditadura.
Ainda em relação às situações que considero intrigantes e que citei anteriormente, certamente haverá alguém para me contestar: o que tem a ver uma briga de pássaros com o modo de governo? Simplesmente tudo. Qualquer modo de governo foi criado pelo Homem. O Homem é um animal, que se diferencia apenas pelo intelecto. Por isso, e como se percebe nas brigas de pássaros, o Homem também tem instintos, tem desejos, se sente ameaçado, disputa território, fêmeas e comida. Todas essas necessidades obrigatoriamente influenciam na criação e na escolha do modelo político.  
Isso prova que independente do modo de governo adotado há problemas que sempre existirão, simplesmente porque fazem parte do ser humano, ou melhor, de qualquer animal, e não do sistema propriamente dito. Para comprovarmos essa tese basta analisarmos os problemas de cada sistema e verificarmos que cerca de 90% dos problemas existentes em um modelo político existe também no outro. Ainda assim, os 10% que diferenciam cada sistema devem ser analisados e julgados por cada um de nós conforme nossa personalidade, sempre fazendo o possível para torná-los menores.


Um comentário:

  1. Oii Diessy! Gostei muito do seu texto... Não sou a favor do Socialismo, acho que é um retrocesso o adotarmos em nossa sociedade hoje (a Democracia - ou o "projeto" dela - compensa muito mais). N entanto, acredito também que o capitalismo nos induz ao consumismo. Mas, se formos analisar, somos todos os dias influenciados - ou "induzidos" - pela mídia, pelo que lemos, pelas pessoas e pelas suas atitudes (assim como pelas nossas - ou, até mesmo, pela falta delas). Sou a favor de um capitalismo competitivo, desde que a competição não ultrapasse o limite da moral e da ética, dos valores e princípios e da noção do certo e do errado, o que é construído ao longo de uma vida na qual se visa ao equilíbrio (atingi-lo é o uó, mas a tentativa é a que vale!!). Bom, excelente texto! =) Obrigada pela sua amizade e pelo carinho! Conte sempre comigo =) Beijos, Brê. s2

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